” Ao ter uma percepção repentina comece a agir.
O momento da percepção é a sua chance. Se atendê-la prontamente, seu dia se torna mais eficiente.”
Do calendário PL, Perfeita Liberdade.
Ontem, antes de dormir, tive uma pequena crise de pânico e chorei.
O pensamento era: quando verei meus filhos? Verei meus filhos?
As fronteiras, na Europa, continuam fechadas e julho, mês da minha passagem já comprada, parece tãotão perto! Me deu angústia e terror.
Ao acordar, nesse sábado lindo, a frase do calendário me deu a energia que precisava.
Dos rituais da manhã, só o café com queijo quente.
Saí pra caminhar.
Muitos carros nas ruas. Poucas pessoas.
Fiz o circuito que chamo de comerciários/ ginásio e caminhei por uma hora e seis minutos.
Que delícia!
O vento no rosto, o céu azul, o sol e o visual lindo que tenho da cidade.
Foi bom dimaaaaiiiissss!
Hoje completo quatro semanas de restrição social.
Perto do ginásio fica a fazendinha do amigo Oswaldo Serra Costa.
Lembrei que fizemos um ou dois churrascos lá, tempos do ginásio no La Salle.
Era longe, era mata, anos 70’s.
A família do amigo tem um condomínio em formação há décadas. Lugar privilegiado, com um terreno em declive na cuesta, escândalo de bunito.
Lembrei também do Plínio Paganini, um prefeito visionário que começou a construção do hoje ginásio de esportes. E não chegou a conhecer.
A piscina era conhecida como
” piscina de sapos” pois foram décadas até ser o que é hoje.
Um espaço lindo que agora conta com um complexo aquático, além das inúmeras atividades esportivas que lá tem lugar.
Os portões estavam abertos e havia pessoas se exercitando na academia ao ar livre.
Tá errado. Eu também estava errada. Se formos ser sinceros… A ordem é ficar em casa.
Mas não me senti culpada, não.
Estava sozinha, não socializei com ninguém. O mesmo aquelas pessoas.
Porque, vamos combinar, tá difícil manter o bom astral.
De volta a casa, banho renovador, plantinhas cuidadas, Casa de Samba pra continuar a vibe do programa do Osmar.
Linguiça mista do mercado Magu, cerveja gelada, ver as redes na rede…. ahhhhhh que sábado lindo.
Quando ligarem um teclado aos pensamentos vai faltar espaço pra tantas memórias.
Especialmente pras melhores do viver.
Esse CD, casa de samba, entrou na trilha sonora ainda na chacrinha onde morávamos.
Verão no pátio do quintal.
Muitos churrascos e banhos de chuveirão.
Situação financeira difícil mas com a família e amigos sempre por perto.
2002. E nem imaginava que ainda naquele ano nós iríamos conquistar a nossa casinha graças a generosidade do papai e do meu filho Lucas.
E o CD veio na mudança. E toca até hoje, nos ouvidos e no coração.
Fabinho e Neu já fizeram a passagem.
Meus filhos não moram mais no Brasil.
Minhas netas cresceram e seguem suas vidas ao lado de suas mães.
Voltei a ser solteira com uma tranquilidade que jamais imaginei possível.
Novos e antigos amigos chegaram. Santas redes sociais, quando são pro bem.
Viver é uma história sem fim.
Bom dimaaaaiiiissss.
Tive filhos, plantei árvores que me dão frutos, e tenho escrito o livro.
Me sinto muito bem.
Mesmo o sentir bem sendo de uma nova e inesperada maneira.
Dei um trato nos pés de amora e pitanga.
Amoreira cheia de frutos amadurescentes. Pitangueira se preparando pra florir.
Até às frutas estão sem noção do tempo humano.
Tirei galhos secos pra fortalecer.
Dei um primeiro passo com coragem e abri o armário de ferramentas.
Achei meu ferro de passar, affff, coisa que não uso há décadas.
Tenho uma técnica de pendurar roupas que me livraram desse martírio.
Tãotão chato como usar sutiã.
Ahhhhhh que sábado lindo!
Cuidando da minha vida, na minha casa, ouvindo as músicas que gosto – agora é Seal – e aproveitando essa liberdade conquistada.
Lá fora o mundo e suas particularidades.
A tarde cai e vai ficando fresquinho.
Estou muito feliz pela vitória da dona Maria, que saiu da UTI depois de 15 dias. Ouvi seu depoimento: estive do lado de lá e voltei.
Lindo!
Então, pessoas, é isso.
Gratidão pela vida, pelo viver, pelas conquistas, pelas escolhas e ações.
Bora ser cidadão e seguir as regras de maneira a não sacanear com o próximo, o distante e os que estão na frente de batalha.
Vamos conseguir.
Vai passar.
Seguimos.