Dupla quarentena!

Ontem a noite o céu da nossa cidade estava especialmente estrelado, límpido, um show!

Dormi bem, acordei muito bem.

Fiz bruschetta, café bem forte.
Bons dias bons.

No jornal da clube ouvi o desabafo de um pai sobre a falta de verbas pra manutenção do aparelho de surdez da filha. Uma manutenção prevista em lei, segundo ouvi.
Como funcionária pública recolho Iamspe todos os meses e tenho a mamãe como dependente.
Esse convênio não tem verbas nem agenda para exames de imagens há muito tempo.
A má gestão é impressionante e inadmissível.

Um outro ponto que ficou na minha mente, devido as notícias que, por mais que eu não queira, me chegam.

Se o eleito tem “rasgado” a Constituição praticamente todas os dias, por que ele ainda continua no cargo?

Um consórcio entre meios de comunicação e o órgão das secretárias estaduais de saúde, tomou atitude, rapidamente, para que a população tenha acesso as informações verdadeiras sobre a pandemia. Muito bom.
Desgoverno e maunistério levando passa-muleques.


Um presente no jardim.
Luz divina pro meu lar.

Cuidei das plantas, higiene matinal, me troquei e parti pra caminhada.
O dia está lindo e o céu azul.
Levei agradinho na casa dos Antunes Morato.
Mamãe está ótima, sorridente. E a Pretinha está muito fofa.
A caminhada foi puxada! Calor absurdo, ardido de outono.

Em casa.

Iogurte e figos pra restaurar.
Música dos anos 1980/90 no rádio.
Dançando e fazendo as rotinas.
Hoje é aniversário dessa amiga lindaaaa e tãotão amada, tattoo da minha alma.
Denise e eu nos conhecemos desde a adolescência.
E são muitas as memórias, muitas as gargalhadas e algumas lágrimas.
É uma amizade de respeito, admiração e amor profundo.
Minha cumadi querida!
Dê, que o seu ser guerreira nunca esmoreça e que sua luz continue a brilhar no caminho do bem e do zen.
Te amo.
Essa aí de cima sou eu.

Estou fazendo limpeza e desapego no acervo. E hoje cheguei nessa pasta.

Entre 1993 e 1994 escrevi a coluna “Sob o olhar azul” original, no jornal Correio da Cuesta.
O proprietário, Morecci, seria candidato a alguma coisa em 94.
Me convidou por eu ser de esquerda e feminista, pra ficar um jornal misto e não apenas de direita.
Deitei e rolei, tinha até um fotógrafo, Edson?, que me acompanhava e eu não tinha limite de fotos. Foi muito bom.
Nesse período eu trabalhava na Hípica e entrei na faculdade de medicina.
A coluna acabou e o jornal também. A pessoa não se elegeu.

Eu tinha 33 anos e me achava a invencível. Pois é. Não era.
Pouco sono, muito trabalho, festas e baladas.
Meus filhos crescendo. Foi barra pra eles porque eu era uma mãe  ausente e exausta.
Passou.

Outros achados.
O documento de posse do meu pai, como dentista da escola Dom Lúcio e funcionário público estadual.
Meus documentos das duas gestações.
Carteiras de vacina dos meus filhos.
Cartinhas da minha mãe.
Lembranças bacanas e inusitadas do meu casamento.

Muitas emoções e alegrias, e é apenas isso que vou manter perto de mim.
Só o que importa e diz muito ao coração.
Estou muito feliz com tudo que encontrei nessa manhã.

A música do Paralamas é uma boa tradução dos sentimentos que rolaram.
Além de ser da época que escrevi e que eles fizeram um show aqui em Botucatu. Inesquecível.

Estou organizando com capricho e bem devagar pra não errar a mão.

Posso dizer que encontrei os amigos amados em muitos recortes e fotos, o que reforça minha certeza de que são, mesmo!, tattoos da minha alma.
Patrícia Galvão, a Pagu, completaria hoje 110 anos.
Multi artista, feminista e militante política do partido comunista, foi a primeira presa política do Brasil. E foram mais de 20 prisões.
Veio de família burguesa, o que não a impediu de ser ousada no vestir, no falar e nas atitudes.

Escolhi uns textos dela que muito me agradam.

“Amor
Lembro de minha submissão absoluta.
Não ao homem, ao amor.

Vanguarda
Primeiramente, uma invenção da linguagem. A norma descritiva do escritor considerado de vanguarda é uma pesquisa no sentido de dar intensidade, de estabelecer surpresa, de qualificar em profundidade os episódios e as figuras, as relações e as coisas. A originalidade, portanto, mas uma originalidade que não seja feita de originalidade apenas – uma originalidade orgânica, funcionando, muitas vezes, em consonância rítmica e fonética mesmo, com as coisas narradas…

Crime
Esse crime, o crime sagrado de ser divergente, nós o cometeremos sempre.”

Ganhou música da Rita Lee.

Notícias boas.
Estátuas de escravocratas estão sendo retiradas das praças, mundo afora. Vão pra museus, onde terão suas horríveis vidas preconceituosas guardadas.
Fazem parte do pior da história humana.

O desgoverno voltou atrás no desvio de verba do bolsa família pra Secom.
A opinião pública e a grita geral fizeram recuar esses bandidos.

Notícia duvidosa.
A reunião interministerial estava tão docinha que deu engulhos tipo de caxumba.
Água bateu na bunda?
Teatrinho ensaiado?

Filtros nas janelas.

Ahhhhhh, que terça-feira intensa!
Do jeito que eu gosto, uma comemoração do dia 80 desse diário.

O tempo mudou totalmente.
Céu nublado, vento e cheiro de chuva.

Primeira etapa, tabule.

Chuvão.
Soninho.

Segunda etapa.
Soborô de forno, colorido e saudável.
Para reflexão.
“O amor é a capacidade de cuidar, proteger, nutrir. Se você não é capaz de gerar esse tipo de energia para si mesmo, é muito difícil cuidar de outra pessoa. Amar a si mesmo é o fundamento do amor de outras pessoas. O amor é uma prática.”
Thich Nhat Hanh

Cai a tarde.
Tá friinho.
Com o coração aquecido, agradeço.
Vida linda, vida conquistada, escolhas e consequências.

Resistiremos.

Seguimos.