Sou voluntária no Centro Cultural de Botucatu.
Nesse primeiro ano trabalhei com o arquivo de biografias dos nomes de ruas de nossa cidade.
O acervo foi organizado pelo professor Valmir Augusto e seus alunos, nas últimas décadas do século passado e também engloba trabalhos de outros autores e jornalistas, além do acréscimo contínuo da Câmara Municipal.
Foi um ano de muitas descobertas, uma viagem na história de Botucatu através da vida dos biografados.
Já está em ordem alfabética e pronto para ser consultado e também para receber novas informações e fotografias.
A família da minha avó materna teve escritores, jornalistas e professores.
Também tive um tio avô, Félix, de quem herdei a paixão por recortes e arquivos de assuntos variados, especialmente os que dizem respeito a histórias da cidade, seus cidadãos e de cultura em geral.
Os colecionadores de recortes, em especial, são leitores compulsivos. Não há assunto que não lhes interesse, são bastante sistemáticos no arquivar e extremamente curiosos.
Essa é minha opinião particular.
Ontem comecei meu segundo ano de voluntariado conhecendo um grande tesouro.
O acervo de Dona Maria Anna Moscogliato!
Quanta emoção!
Não tenho palavras pra descrever.
A família Moscogliato faz parte do culto a cultura em nossa cidade.
As professoras Elda e Maria Anna muito se dedicaram a poesia, literatura e também a música.
Foram mulheres diferenciadas pra sua época e tinham muito apreço pela intelectualidade feminina.
Um luxo.
Tive o prazer de conhecê-las e meu carinho é sem fim.
No meu primeiro emprego, no Jornal de Botucatu, como cronista social e revisora, elas foram, além de minhas leitoras, mentoras e incentivadoras.
Isso sempre será uma grande honra para mim.
O acervo de Dona Maria Anna é um tesouro.
Um arquivo carinhoso, feito com muito cuidado, com roteiro e direção.
São memórias de nossa cidade, das pessoas que aqui habitaram e ainda habitam, de filhos da terra e daqueles que escolheram Botucatu como morada.
Recortes, fotografias, cadernos, cartas, partituras. Relíquias incríveis.
Sobre esse primeiro dia de mergulho no passado, posso dizer que, por várias vezes, me emocionei profundamente.
A quantidade e variedade de material me diz que terei um ano intenso de emoções e alegrias, de novas descobertas da história dessa cidade que amo como se aqui tivesse nascido.
A equipe do Centro Cultural de Botucatu tem trabalhado muito.
Somos voluntários dessa instituição que não tem verba destinada a ela pelas secretarias.
É um trabalho amoroso, dedicado e prazeroso.
O CCB está passando por uma revitalização muito merecida.
São quase 80 anos de atividades!
O CCB é um patrimônio precioso da cidade e merece muito respeito.
Até a próxima!