A Colômbia vive dias de tensão, com violência, mortes e repressão. Os moradores estão saindo às ruas em manifestações por medidas sociais urgentes no país e contra reformas que atingem os mais vulneráveis.

Um grupo de colombianos que moram em Botucatu, estudantes da Unesp, realizaram nesta sexta-feira, 07, em frente à Catedral, um ato em apoio às manifestações que estão ocorrendo em seu país natal, em função da insatisfação popular motivada pelo anúncio de um projeto de reforma tributária enviada pelo presidente Ivan Duque ao Congresso, no dia 15 de abril.

 

 

 

Vestidos com as cores da Colômbia e empunhando cartazes, os colombianos de Botucatu estavam tentando voltar a atenção de Botucatu, dos brasileiros, para o que está ocorrendo em seu país e faziam transmissão ao vivo nas redes sociais.

Na Colômbia estão ocorrendo incêndios em estações de transporte, bloqueios de estradas, repressão policial. Já são dezenas de mortes e desaparecidos, além de centenas de feridos em menos de 10 dias de manifestações.

A proposta do governo da quarta maior economia da América Latina prevê o aumento da arrecadação do imposto de renda e de impostos sobre serviços básicos e IVA. No dia 28 de abril, sindicatos, movimentos sociais, setores econômicos e a classe média colombiana decidiram sair às ruas, principalmente em Cali, epicentro do embate entre civis e forças de segurança.

No dia 1º de maio, o presidente da Colômbia, Ivan Duque ordenou a militarização das cidades “onde há alto risco para a integridade dos cidadãos”. A medida foi rejeitada pela prefeita de Bogotá, Claudia López. O mesmo fez o prefeito de Medellín, Daniel Quintero Calle, afirmando que a cidade “não solicitará assistência militar” e agradeceu ao Exército por acompanhar “as tarefas de proteção da infraestrutura crítica nas periferias e áreas rurais da cidade”.

No dia seguinte, 2, sob pressão popular, o presidente chegou a anunciar a retirada do projeto que estava em tramitação no Parlamento, causando a renúncia do ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla. Não foi suficiente. As manifestações, liderada majoritariamente por jovens, seguiram e ganharam novos contornos, ao passo que a repressão policial também se acirrou.

Nos últimos dias, os protestos passaram a reivindicar ações governamentais de combate à pobreza no país. Manifestantes também pedem o fim da brutalidade policial, melhoras em setores como saúde e educação e a renúncia de Duque.

Impulsionada pela pandemia, a pobreza no país alcançou 42,5% da população. A desigualdade cresceu em níveis alarmantes, com a população em extrema pobreza chegando a marca de 2,8 milhões em 2020.

 

 

Botucatu Online – com informações IG