Uma família de Botucatu estava em uma das lanchas no Lago Furnas, em Capitólio-MG, no momento que houve um deslizamento de pedra de um canyon, que matou – até o momento – dez pessoas, neste sábado, 08.

A botucatuense Graziela Mariana Regolin, de 40 anos, está com seu filho, Pedro Henrique Regolin, 14 anos, seu irmão, Wendel Augusto Regolin, 46 anos, e sua cunhada, Selma Gomes da Rocha, 45 anos, passando férias em Capitólio e foram fazer o passeio na Lago Furnas no sábado.

Graziela e seu filho, Pedro Henrique, ao centro, com a cunhada Selma e o irmão Wendel, em Capitólio – foto Arquivo Pessoal

Porém, o que era para ser um dia especial de férias, ficará marcado para sempre por uma tragédia, com muito medo. “Foi um susto tremendo. Estávamos um pouco mais afastados no momento do acidente. No lugar é estreito, entram poucas lanchas de cada vez. Não dava para ver onde eles estavam, mas quando chegamos estava uma correria, com lanchas desesperadas voltando, muitos gritos”, relatou Graziela ao Jornal Leia Notícias.

Ela contou que tiveram contato antes do ocorrido com as pessoas que estavam na lancha atingida pela rocha. “Saímos todos do mesmo barracão, brincando, temos fotos de todos”, disse Graziela, que refletiu que a lancha atingida poderia ter sido a dela com a sua família, porque não havia uma ordem para a saída e todas as embarações estavam lado a lado no começo. “Ficamos por várias vezes lado a lado com as outras lanchas. Não tem uma ordem de posição para entrar no canyon. Quem saia primeiro do passeio anterior ia para o próximo e eles saíram primeiro e foi essa tragédia”, completou.

 

A distância da lancha que estava a família de Botucatu para a lancha atingida pela pedra (a primeira na foto, com a cobertura preta) – Foto Arquivo Pessoal

 

A botucatuense disse que não chovia no momento do acidente, mas que o tempo não estava bom. “Não chovia na hora, estava somente nublado, mas o dia todo estava chovendo e parando. Nos informaram que aqui está chovendo desde o ano novo”, disse Graziela.

Ela ainda falou um pouco sobre o acidente. “Só uma lancha foi atingida diretamente, as outras três foram indiretamente, porque chegaram a virar e as pessoas caíram na água, pois a onda foi muito forte. Infelizmente, tinham crianças na lancha que foi atingida. O piloto, que morreu, era melhor amigo do gerente do nosso hotel”, contou.

De acordo com Graziela, hoje é dia de tristeza em Capitólio. “O local é lindo, mas hoje está um deserto. Ainda estão lá, procurando os corpos”, contou a botucatuense, que retorna com sua família para Botucatu nesta segunda-feira.

Ela agradeceu as mensagens que recebeu de amigos e pediu orações pelas vítimas e seus familiares. “Quero agradecer todas as mensagens de preocupação que recebemos e dizer para todos que estamos bem. Estávamos na lagoa na hora do acidente, foi um susto para todos, ainda mais porque não conseguíamos contato com ninguém. Agora é hora de orar muito pelas famílias das pessoas que foram atingidas pela pedra”, finalizou Graziela.

 

Graziela e seu filho Pedro Henrique, na lancha no Lago Furnas, neste sábado – Arquivo Pessoal

 


Veja o vídeo do acidente:

 

 

Buscas

Os dois últimos corpos foram encontrados após a queda de um paredão no Lago de Furnas, em Capitólio no sábado (8). A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros durante coletiva de imprensa na tarde deste domingo (9). Ao todo são 10 mortos.

Duas vítimas já foram identificadas, mas só o nome de uma delas foi divulgado. As vítimas do acidente estavam em uma lancha chamada “Jesus”. As equipes de buscas não trabalham mais com a possibilidade de desaparecidos.

Além das vítimas fatais, segundo o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, 32 pessoas foram atendidas por causa do acidente, a maioria com ferimentos leves.

 

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