Um ato público pedindo o fim da cultura do estupro e violência psicológica contra as mulheres vai ser realizado no próximo domingo em Botucatu. O evento será às 15 horas em frente a Catedral Metropolitana e mobiliza diversas pessoas da comunidade.
“Nosso objetivo é protestar contra a violência contra as mulheres e, sobretudo contra a decisão judicial em Santa Catarina, condenando a vitima e inocentando o acusado”, afirmou Talita Scorssato, do grupo Flor do Gueto, que convoca o ato com outras entidades e coletivos.
Desde o inicio desta semana em todo o Brasil vem sendo discutida a decisão judicial a favor do estuprador, que foi beneficiado por um entendimento inédito e inexistente até o momento: estupro culposo.
“Isso não existe e é uma novidade para nós advogados. As mulheres precisam de acolhimento para as denuncias e essa decisão prejudica todo um trabalho que advogados, juízes, promotores e ativistas”, afirmou Martha De Leo, integrante da OAB Mulher, que regularmente atua com campanhas na Delegacia da Mulher e entidades sociais de Botucatu, CRAS e CREAS.
A violência sexual e psicológica contra as mulheres é uma realidade presente na vida das mulheres, seja da periferia ou do centro, ricas ou pobres, conforme se verifica em vários depoimentos no grupo de mobilização criado para o ato do dia 8.
“Fui violentada pelo meu avô e quando contei para a família não acreditaram”, escreveu uma mulher. Outra contou que também tinha sido vítima de assédio sexual e psicológico em uma empresa, sendo obrigada a pedir demissão. Diversos casos relatam situações de violência sexual ou assédio emocional por parentes próximos e estranhos.
Os organizadores não tem previsão da quantidade de pessoas que participarão, mas no grupo criado nesta semana, mais de 50 pessoas entraram e confirmaram participação em menos de 24 horas. As ativistas alegam que o protesto vai ser realizado preservando a saúde coletiva, com distanciamento social e será obrigatório usar máscaras.
Atualizado: 13h25
