Hoje é 24 de dezembro.
1 da manhã.
Lucas dorme no quarto ao lado.
Diego dorme no quarto em Lagos.
Em Lagos são 5 da manhã.
Eu estou aqui “em minha casa e eu não tenho asas…”

A véspera do Natal.

Lembro muito bem da Sob o Olhar Azul de
19 de março, sexta-feira, 9 meses atrás, cujo título era Pudim de pão.

“Tempos estranhos, esses.
Que estamos vivendo.”
Escrevi no primeiro parágrafo.

Comecei assim.
Nem era a primeira coluna no botucatuonline.
Nem eu sabia que, naquele final de semana, o que se pressentia pelas notícias chegaria em forma de quarentena pra nós.

O sabor do pudim de pão me aqueceu a alma e me fez começar esse diário mutante, de assuntos e emoções, de todos os tipos e sabores, amargores, doçuras e alegrias, homenagens e denúncias, fotos, músicas, gargalhadas e lágrimas, o esporte, o mau e o bom humor, saudades e amor.
Minha família, meus amigos.
Exposição total.

Estou no dia 278.

Nesse 2020 tãotão esquisito, estou completando 60 anos.

Essa oportunidade de escrever e expressar a Andrea e suas personas, ahhhhhhh, que luxo Haroldo!
Nunca vou deixar de agradecer, nunca!

https://youtu.be/NNrAoMwbm9g

24 de dezembro é aniversário da minha amada amiga Adriana, a que eu chamo de Adriana Bento, e ela odeia,.
Adriana Linda Teixeira, e Gouveia.
A gatagarota que conheci há uns dez anos, ou um pouco mais, aqui na calçada.

Vi uma mudança chegando na casa 94.
Fiquei contente.
Me apresentei, levei água e copos pras duas mulheres, uma jovem e uma idosa.

Dias depois vejo uma moça linda e uma criança, agachadas na boca de lobo, em frente a minha casa, tentando fazer um gato sair.
Era Adriana.
Ela, Paulo e Natalia e Isabela eram os moradores da 94.
As outras, da mudança, eram a irmã do Paulo e a mãe dele, dona Yolita.

Foi amor ao primeiro sorriso e olhar.
E ainda nem sabiamos que éramos capricornianas, ahhhhh….

Foram alguns anos de vizinhança.
Levou um tempo pra nos aproximarmos.
Paulo falava que éramos da mesma”seita”.

Quantas aventuras…o rancho…o tudo.
Inesquecível!

Eles se mudaram, nos perdemos, nos achamos.
Em São Pedro conheci o terceiro filho, o amado Léo.
Nos perdemos novamente.
Laurinha ela trouxe pra eu conhecer aqui.
Mais uma vez nos perdemos.
Fui visitar em São Vicente.
Nos perdemos por precisão.
E nos reencontramos novamente, na pandemia online.


Estamos sempre juntas, perdidamente juntas pra sempre.

Te amo muito amiga.
Feliz aniversário, alegrias e bençãos pra você e sua família linda.
Beijão e música…

Alguma coisa me fez lembrar do Natal de 1999.
Uns diziam que íamos mudar de século, outros diziam que só em 2001.
O mundo não acabou.
Nem acabou ainda, apesar de tudo.
Sempre pensei que o mundo só acaba pra cada um de cada vez, quando se muda pro outro plano.
Fim de mundo individual, é o que acredito.

Eu e Lucas morávamos na chacrinha.
Diego e Mamy na Vila Aparecida.
André e família em Campo Grande.
Mamãe e Erik em Uberaba, e vieram passar o Natal.
Roubaram o carro que eles alugaram, com roupas e doces, me lembro bem.
Também lembro da música grudenta do Fala Mansa, isso mesmo?, acho que sim.
Era a festa de Natal na casa do Diego.

Os Natais, ahhhhhhh…
Agora vieram os da infância, em Uberaba, nas várias casas dos avós.
Casas sempre acolhedoras, Natais festivos, lindos.
A cada Natal a família ia crescendo.
Primos e primas.
Natal na casa da tia Eva e tio Ronan.
Muitos anos depois, talvez um último Natal com os avós, em Campo Grande, casa da tia Teca e Jatyr.


Na nossa casa da Pedro de Barros Filho, na casa dos tios Inês e Pedro Peduti, os Natais com música do Roberto Carlos…

… com histórias de família.
Natais com e sem presentes.

Os presentes do papai, papai amado.

Natais na casa do André e da Márcia e Davi.
Natais em Cesário Lange na casa da Mari e do Erik, com as meninas dela, Marcela e Marília, e seus companheiros.
Dona Helena.
Natais com Diego, Natais casada, o primeiro Natal em Vilhena…

Adilson trabalhava e morava conosco em Vilhena.
Muito amoroso, comprou um boneco do Fofão pro Lucas, que tinha um ano e meses.
Quando viu o tal boneco, o horror fez ele gritar, chorar, foi muito triste pro Adilson.
Lucas destruiu o Fofão.
Vamos combinar que era realmente assustador.

Esse Natal, em 1987, foi o primeiro que passei longe dos meus pais.
Tivemos outros na Rondônia.

Teve o de dez anos atrás, quando  passei o Natal em Floripa, com Gar e Amilton, hospedados na casa da Roseli, com a família da Rocio.
Foi o mico vela preta da paella, u ó de surpreendente e esquisito.

Mamãe tinha aceito, mas Lucas e Diego me falaram que ela ficou muito triste por eu não estar.
Ela não me falou nada, nunca, sobre isso.
A opinião dos meus filhos me fez não deixá-la mais sem a minha insuportável pessoa no Natal.

Te amo muito mamãe!

E hoje estaremos juntos com ela, nossa Marqueza.
Em todos os Natais, que ela adora, sempre linda e feliz.

Infelizmente, volto a dizer, a configuração da minha pequena família mudou nos últimos cinco anos. Então não teremos a presença do Diego e das suas filhas conosco.

Eu e Lucas, André e Márcia e Davi, Erik e Mari e Vitor e Natalia e Fio estaremos representando os que não podem estar conosco: Diego, Pedro, Malou, Francisco e Lou, Maria Clara e Emilie.
Vai ser lindo, delicioso e o melhor que podemos ter.


Estamos vivos e esse é o melhor presente que podemos nos dar e dividir, com os presentes, com os ausentes, com todos que estão em nossos corações pra sempre.

E então é Natal.
Que delícia passar a noite escrevendo e recordando.
Já são quase 5h.
Embalei nas recordações.
Sofri por ainda não ter organizado as fotos.
Sinto que poderia fazer uma colagem incrível de lembranças.

Lá fora venta, o céu fechou e a lua se recolheu.

Lucas dorme. É a primeira manhã que estará de folga do trabalho online.

Não estar sozinha em casa me inibe de ouvir música e de procurar os álbuns pra buscar as fotos que a memória gravou.
Queria poder exibir, aqui, as lembranças de amor.

Amanheceu.
Os passarinhos dão seu show nas árvores da nossa casa.
Tive uma noite maravilhosa.
Prosa de quarta-feira com o Fer.
Prosa profunda com o Lucas.
Memórias.
Saudades.
Lágrimas.
Saudades dimaaaiiiisss.

Diego, filhão, você está comigo todo o tempo, sempre.

Sei que vou acordar com olheiras.
O banho vai me salvar.
Vou dar o meu melhor pra estar bacana, fazer a melhor salada de frango defumado, desempenhar todas as funções, dedicar todas as emoções.
Eu vou estar.

Essa sou eu.

Felizfeliz.
Pré Natal.
Delícias do viver.

Para reflexão.
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”
Fernando Pessoa

Até breve.

Ainda resisto e acredito no resistir.

Seguimos.