Choveu pesado, a noite toda.
As 6, com fome, acordei.
Iogurte. Cama.

Horas mais tarde, ahhhhhh, áudio do Lucas com palavras de incentivo e carinho.
Isso é bom dia!
Na amoreira, passarinhos se abrigam na chuva.
Reclamar de que?

Meus planos com a mamãe foram, literalmente, por água abaixo.
Demos boas risadas.
Hoje a Pretinha completa três meses.

Os bons dias bons no zap.
A conversa com o amigo, onde choveu mais.

Café da manhã huuuummmm…no rádio samba e pagode.

Comendo e dançando. E a chuva caindo.
Banho quentinho pra ‘espertar…

E a memória afetiva veio linda.
Eu tinha acabado de completar 11 anos, dezembro de 1971. Estávamos em Uberaba, como todos os finais de ano tãotão especiais em família.
Meus pais deixaram eu ir com tia Teca e Jatir, então namorados, passar o ano novo em Franca, com a família dele.
Essa música, que maravilha!, foi trilha sonora da viagem no Karmann Guia vermelho do meu lindo e moderno tio.
Foi tãotão especial que, anos atrás, numa feira, encontrei a miniatura e ela fica aqui, no meu quarto.
É, Wally Salomão, você tem toda razão.
Agendas.

“O terror nas mãos
Uma família foi morar num casarão, mas eles trocou a casa sem querer. Foram parar num casarão velho o homem falou:
– Essa casa me está dando calafrio.
– É mesmo querido mas vou ver o quarto.
– Sim querida, filhos vão com sua mãe mas vou dar uma olhada por aí.
O homem viu um monstro passiando o homem ficou tão espantado.
Quando a mulher foi tomar banho na banheira, um monstro carnívoro, dormindo dentro da banheira. Quando ela entrou na banheira, o monstro acordou e devorou a mulher.
E os filhos.”
Diego, 1989.

Não corrigi.

Surpresa boa, meu filhão lindo!

O plano Collor.
“Decreto: feriado bancário 14, 15 e 16 de março. A posse em 15.
E agora temos cruzeiro de novo.
É 19 de março, dia de São José. Plena segunda-feira e eu ainda sem entender muita coisa. O que vou fazer com essa pilha de cheques em cruzados novos?”
Eu era gerente, junto com meu marido, da Rondoncicle, concessionária Caloi, em Vilhena.
Foi um momento muito louco.
Todos ficaram com os mesmos 50 dinheiros de saldo bancário. A ministra Zélia, uia, lembrei do nome!
E não sabíamos nada, nada, do que estaríamos vivendo nesse 2020.

Ahhhhhh, Brasil!

Como não sabia de nada o Baiano, Francisco de Assis Cintra Nepomuceno, quando escreveu no Jornal de Botucatu em 16/03/1990:
“…à Andrea Morato, que trabalhou no JB e desistiu completamente de escrever…”
Ahhhhhh, que tonto!
O que me faz lembrar que ele me bloqueou nas redes sociais por me achar hipócrita por desejar bons dias e estar sempre feliz.
Então, que-ri-do, eu continuo a escrever, a ser feliz e a desejar bons dias.
E eu gostava tanto de você.

Essa agenda foi bem dolorida.
O fim do meu casamento está lá, todo escrito.
Muita agressão psicológica, verbal e física.
Mas eu ainda acreditava.

O Diego morando em Botucatu com a mamãe. Eu e Lucas indo e voltando, até voltar de vez em 01/08.
O primeiro passo pra chegar onde estou hoje, comigo mesma.

Escrevi:
Não sei. Mas precisa acontecer alguma coisa. Precisam ocorrer mudanças. Anos 90. Só 10 para 2000. Precisamos começar essa caminhada.

Deu certo, chegamos até aqui.
Eu e meus filhos, netas, minha família e amigos.
Felizfeliz.
” O grande problema da humanidade não está no domínio da ciência, mas dos corações e mentes.” Einstein.

Chega de agenda por hoje.
O drama alheio é desconhecido, por isso mais interessante.
Então, Viagem Vertical do Villa-Matas é a melhor opção nessa manhã fria.

Mudança de planos de viagem.
Conversei com os meninos.
Tudotudotudo incerto como dois e dois são cinco.

Vamos acompanhar.

Almoço.
Me acabei na ervilha torta no azeite. Antes da carne ficar pronta.
Ponta de peito com temperos do quintal.
Compota de goiaba com queijo e viajei pra casa dos avós, em Uberaba.

Sol!
O céu abriu, que alegria!
5 minutos de prazer.

“…Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E quando haja rochedos e erva…
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja…”
Fernando Pessoa

Ontem a noite, durante a tempestade, tive vontade de gritar.
Deu aquele banzo de quarentena, sabe?
Estou escrevendo há 98 dias e não vejo próximo o retorno a vida anterior, que parece não será igual.

Mas está tudo bem.
As relações familiares, as relações virtuais, as relações próximas no mercado do meu bairro, no ônibus, no clube, está tudo bem.
Eu estou bem.

O que mais pega e angustia é não saber quando estarei com meus filhos.
Também sinto saudades de estar com vocês, amigos queridos, pra uma boa prosa, pra comer e beber juntos.
Comemorar a vida, sempre!

Recebi um convite pra participar do desafio de meditação e abundância do Dr. Deepak Chora. Experiência de silêncio e conexão interior. Aceitei.
“Participar dessa prática vai também te dar suporte para identificar seus bloqueios, medos,  e crenças limitantes na área das finanças e outras formas de abundância. “
Vamos ver se será bacana.
Se for pro bem, que mal tem?

Quem me convidou foi a Carol, que conheci nas caminhadas da Acacs, caminheiros de Santiago de Compostela.
Dessa prática sinto saudades, também.
No final de semana da foto foram 19km num dia e 13km no outro.
Voltei pra São Paulo em transe muscular e fui salva pelo remedinho mágico e relaxante do Amilton.
Mas eu me envolvi com a piscina e não consegui administrar tudo junto.
Enfim.

Está muito frio.
Nunca gostei.
Cai a tarde.
Um saco de suspiros pra adoçar.

Tarde vazia.

Resistiremos.

Seguimos.