João Figueiroa e Gesiel Jr (de Avaré), ambos jornalistas e historiadores, durante inauguração do novo Mercado Municipal. Livro Boca do Sertão vai ser vendido a partir da semana que vem...

O historiador João Carlos Figueiroa vai fazer um lançamento diferente de seu livro. Ele pretende a partir da próxima semana, quando chega toda edição, iniciar a venda em pontos alternativos e não em livrarias e o Centro Cultural de Botucatu, onde atuou como presidente por anos, pelo menos por enquanto.

“Eu ainda vou divulgar o lançamento. Eu vou fazer as vendas na Rua Amando, a partir de terça-feira, provavelmente na frente da Panificadora Pessin, naqueles bancos da Amando de Barros, depois no dia 8, no período da tarde, no bar e restaurante Pirâmides, em frente ao Bosque, dia 16 na Venda do Caboclo, do Nenê Bueno”, disse ao botucatonline.com.

O livro “Boca do Sertão” resgata em 220 páginas fatos históricos desde 1719 até os dias atuais. Figueiroa, por exemplo, a partir da redemocratização nos anos 1980, traça um perfil dos ex-prefeitos e seus partidos, salienta as principais obras de cada um.

Também identifica as lideranças econômicas do passado, sua influencia na política e  administração da Cidade, com  deputados estaduais e federais e sucessivos prefeitos.

Pra quem gosta de curiosidade e mistério, vai um que evidência o destino: O Dr Ulisses faleceu com sua esposa, dona Mora, num acidente aéreo no Litoral Paulista. O então jovem deputado Ulisses Guimarães esteve em Botucatu conhecendo a primeira indústria de avião de cidade e uma das pioneiras no Brasil, a Omareal, fundada na década de 1950. Ele foi recepcionado engenheiro Antonio Azevedo, proprietário da fábrica. Ulisses Guimarães veio conhecer e o protótipo do avião Willy 141. Décadas depois faleceria num grave acidente aéreo. Até hoje o corpo não foi encontrado.

NA REDEMOCRATIZAÇÃO BRASILEIRA

Em diversos pontos do livro, Figueiroa aponta o início da vida pública de personalidades como Valdemar Pereira de Pinho, quando rompeu com o PMDB para fundar o PT, o ‘comício da vitória’ do PMDB em 1982 (ainda no periodo da ditadura) quando a Praça do Paratodos ficou superlotada com público até a região da farmácia Drogasil, para ver e ouvir o candidato ao governo Franco Montoro discursar apoiando os candidatos do PMDB, Jamil Cury e Armando Delmanto. Outra curiosidade: nos anos 1980 era permitido dois candidatos por legenda.

Um detalhe histórico sobre os comunistas e o poder executivo: Os comunistas apoiaram candidatos da ‘elite econômica’ no final da década de 1950 e chegaram a atuar no governo municipal, com prefeitos ‘burgueses’.

Há fotos de Mário Ielo, ex-prefeito de Botucatu em dois mandatos, então cabeludo, protestando pelo impeachment de Fernando Collor conversando com o advogado Renato Caldas, ainda cabeludo.

Na mesma página do livro, dois jovens com menos de dez anos cada, atentos ouvindo o ex-vereador Progresso Garcia discursando ao lado de Jamil Cury, Joel Spadaro e o professor e ex-vereador Eder Trezza: Renata Cury e Jr Cury, irmãos do ex-prefeito João e do deputado Fernando Cury (PPS) que nasceu em maio de 1979 e deveria ter uns 4 ou 5 anos de idade na campanha das “Diretas”. Provavelmente foi um dos poucos comícios do qual faltou.

Quem gosta de história da cidade e sobretudo o DNA de Botucatu que está fazendo aniversário no dia 14 de abril, é uma boa leitura.